quarta-feira, 15 de junho de 2011

RAC e Jornalismo Investigativo

Jornalista que se preze tem que saber das possibilidades que tem.

Jornalista tem “um quê” de detetive, gosta de fuçar a vida alheia e é curioso por natureza.

Para reforçar ainda mais essas características, só mesmo sendo um jornalista investigativo, e melhor ainda, saber usar técnicas de RAC (Reportagem com auxilio do computador).

Para transformar o computador no melhor amigo do jornalista, extrair dados com rapidez e fidelidade, analisar e filtrar grande quantidade de informação em pouco tempo, utilizar pesquisas, banco de dados e coletar informações relevantes na internet e em sites  governamentais é necessário muito preparo, cursos e treinamento adequado.


As técnicas de RAC foram desenvolvidas e primeiramente utilizadas em 1967 pelo Jornalista Philip Meyer do Detroit Free Press nos EUA, na época foi utilizado um computador mainframe para analisar uma pesquisa com moradores locais. Meyer lançou em 1973 o clássico intitulado “Precision Journalism” ou Jornalismo de Precisão, e abriu precedentes para o desenvolvimento de técnicas RAC em todo o mundo.

No Brasil, as primeiras matérias com utilização de técnicas de RAC foram baseadas em pesquisas e análise de dados públicos do IBGE, em meados dos anos 90. A prática cresceu e ganhou espaço, a Folha de São Paulo e futuramente a ABRAJI (Associação brasileira de Jornalismo Investigativo) iniciaram uma série de cursos voltados para estudantes e jornalistas de todo o país, focados no ensino e aperfeiçoamento de técnicas de RAC.

O jornalista José Roberto de Toledo é referência no assunto. Toledo desenvolve técnicas de RAC e métodos avançados de pesquisa na internet, analisando pesquisas de opinião pública e adaptando técnicas norte-americanas de uso de planilhas e bancos de dados à realidade brasileira, desde 1995 . Foi um dos fundadores da ABRAJI, e atualmente atua ativamente na defesa da RAC, colabora com o jornal O ESTADÃO e ministra cursos sobre o assunto pelos quatro cantos do país.

Confira a lista dos livros sobre RAC e Jornalismo investigativo indicados no blog toledol.com.br por José Roberto de Toledo:

• The New Precision Journalism, de Philip Meyer. É uma atualização feita em 1991 do livro fundador do RAC, escrito originalmente entre 1969 e 1970. É a base teórica do jornalismo de precisão escrita por seu “inventor”. Apesar dos anos, é uma obra ainda muito útil. Para quem pretende se aprofundar em RAC, como diria a Folha, não dá pra não ler. Só tem versão em inglês, mas pode ser lido de graça na internet no endereço http://www.unc.edu/~pmeyer/book/

• Computer-Assisted Reporting, A Practical Guide, de Brant Houston. É tudo o que o título indica: um guia prático para a reportagem com auxílio do computador. Ilustrado por centenas de imagens capturadas da tela de um computador, é um passo-a-passo para busca de bases de dados na internet, uso de planilha eletrônica para analisar os dados, e um roteiro para montar seu próprio banco de dados. O autor foi diretor-executivo do Investigative Reporters and Editors (IRE) por muitos anos e hoje comanda um Knight Center. Deu vários cursos de RAC no Brasil e ajudou a disseminar o RAC ao sul e ao norte do rio Grande. O livro, em inglês, pode ser comprado no site www.ire.org.br

• Jornalismo 2.0 – Como Sobreviver e Prosperar, um guia de cultura digital na era da informação, de Mark Briggs. No prefácio, Philip Meyer comparou-o a um livro de receitas. E é isso mesmo: como enviar notícias por RSS, como converter fitas para mp3, como usar uma câmera digital para ilustrar suas matérias e por aí vai. O melhor é que o livro foi traduzido para o português pelo Knight Center for Journalism in the Americas e pode ser baixado de graça da internet no site:


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